terça-feira, 13 de novembro de 2012

0 Vida a Cachambi


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Marcelo Novaes, 43 anos, nascido e criado no Cachambi é casado e tem uma filha de 16 anos chamada Mariana (que gosta quando seu pai fala sobre ela nas matérias), diz que nunca se mudou ou mudará do bairro.

O Cachambeer existe há dez anos e tudo começou numa brincadeira. Marcelo e alguns amigos frequentavam o bar, que na época, era do Seu Manuel, um português que vivia reclamando que eles sempre queriam ficar bebendo até tarde. Cansado de sempre ser “expulso” pelo antigo dono e depois de umas geladas resolveu fazer uma proposta, já que o português vivia dizendo que queria se aposentar para poder pescar em paz, Seu Manuel aceitou e na hora de entregar ainda disse: “esta pica agora é tua”, fechando assim o negócio.


Depois de comprar o bar Marcelo teve que fazer uma grande reforma e foi nesse período que surgiu o nome do bar, sugerido por uma amiga. Como não tinha qualquer noção de como lidar com o negócio resolveu chamar alguns amigos que entendiam do assunto para lhe ajudar, foi assim que vieram o Zé, seu gerente e braço direito e o Pança, seu chefe de cozinha. 

Como o próprio dono diz o bar é para a família, o estilo é esse, não tem miséria, se alguma coisa está ruim é trocado na hora, não tem discussão, qualquer garçom tem autonomia para isso. No bar não é exibido jogo de futebol ou qualquer outro evento televisivo que atraia públicos segmentados, tudo isso para evitar qualquer tipo de confusão. Os horários do bar tem por objetivo a segurança de seus clientes, já que não fecha tarde nem durante e nem no final de semana, como diz o dono “a pista é salgada de madrugada”. Além disso o ambiente é sempre alegre e leve, ótimo para encontrar os amigos, conversar e saborear uma excelente comida.


Todos os seus funcionários, dezoito no total, são cearenses e, além de receberem todos os benefícios por direito, ganham participação nos lucros e todas as férias ganham passagem para visitarem suas famílias. Uma curiosidade é que para trabalhar no bar a única exigência é não ter experiência alguma com o trabalho, aprendem tudo no dia a dia, com quem já trabalha lá.



O cardápio do bar é feito pela vontade do Marcelo, só entra comida que ele come e todas são comidas, digamos, carregadas, fortes. Entre elas temos a famosa costela, o cabrito, o joelho de porco, que é servido com um Sonrisal, entre outras. Além disso todas as frases do cardápio, incluindo os nomes dos pratos, que é uma curiosidade a parte, são feito, segundo o Novaes, "na madrugada, depois de muitos copos”.


O Cachambeer é uma bar que sempre foi reconhecido no bairro, sempre frequentado por amigos e sua divulgação era no boca a boca. O Novaes, que é mergulhador, resolveu fazer um dos encontros do grupo no bar e entre uma conversa e outra, um dos mergulhadores, que é jornalista, pediu para fazer uma matéria sobre o bar e colocar em sua coluna, nada mais nada menos que uma coluna no O Globo. Após essa matéria o bar começou a ser frequentado por pessoas de outros bairros e outras cidades, com isso o boca a boca aumentou até chegar aos ouvidos dos organizadores do “Comida di Buteco” que, após uma visita anônima, convidaram Novaes a participar do concurso. Desde que começou a participar o Cachambeer sempre ficou no topo, com um sexto, dois quintos e um quarto lugar.

Com a repercussão do bar no “Comida di Buteco” o Cachambeer foi parar no RJ TV, no Fantástico e até no programa da Ana Maria Braga, o que, segundo o dono, alavancou ainda mais a fama do bar. 

“O chopp tem que estar sempre gelado, se não estiver fecho a porta e vou beber em outro lugar”.

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