terça-feira, 30 de outubro de 2012

0 Competição de Bartenders anima hotel carioca



Ao longo da semana, 60 bartenders passaram as tardes trancafiados num dos salões do Hotel Marina encarando a primeira de três baterias do Campeonato Brasileiro de Coqueteleria, anualmente organizado pela francesa Grey Goose, marca de vodca à base de uva. Foi um verdadeiro festival de efeitos especiais que, a exemplo da tal cozinha molecular, só é possível graças a engenhocas de última geração que fazem borbulhas, espumas e, mais do que tudo, marolas.

Quer saber da última? Os drinques carbonatados, ou seja, turbinados com gás carbônico, que, segundo o expert Pablo Moya, faz toda a diferença: altera o pH, a textura... O esfumaçado bloody mary da foto à direita, obra de Moyo, não só foi "turbinado" como defumado com lascas de carvalho, sob medida para abrir o apetite, segundo Moyo. Que, apesar do nome, é brasileiríssimo.

E, só para a receita não desandar, esqueça o termo barman: esse grupo de profissionais (e Moyo é um deles) só atende pelo nome de mixólogos, especialistas em coquetéis capazes de, entre mil outras coisas, transformar líquidos em sólidos. E vice-versa. Sem dúvida, espetacular.

Veja a obra do mixólogo (aprendeu?) Alex Mesquita, do Paris Lounge: ele serve uísque com ice ball, que vem a ser, simplesmente, uma bola de gelo. Fabricada por uma maquineta espertíssima, ela demora hoooooras para derreter. Com isso, é como se a gente tomasse o bom e velho cowboy, só que geladinho, sem ficar aguado jamais. E, antes de a água virar gelo, ela é fervida por, pelo menos, duas vezes.

— A fervura reduz bastante a presença do ar no cloro, no flúor e em outras substâncias químicas embutidas na água. Com isso, diminui-se a presença de bolhas e de cristais no gelo — explica Mesquita, que importou técnica e aparelho do Japão e que ainda recebe no simpático bar da Praia do Flamengo com taças que trazem poire (destilado de pera), vodca, uva Thompson, limão-siciliano e cereja maraschino (R$ 23). Ou ainda armanhaque, brandy, chambord, limão e espuma de maracujá (R$ 18). Ou um dry martíni fantástico (a R$ 27), no qual a azeitona não tem presença física — mas vem em forma de... ar (!). Para bebedores de faro fino.

Com a chegada (forte) do calor, a carta de drinques do Astor cresceu, apareceu e aconteceu. Uma provinha? O orange spicy (com gim Bulldog, água tônica, bitter de toranja, anis-estrelado, twist de laranja e canela em pau, a R$ 23). Ou o rose cucumber (gim Hendrick's, água tônica, bitter Burlesque, fatia de pepino e pétalas de rosa, R$ 33).

Fábio Battistella inaugura esta semana, na Lapa, com tudo em cima, o Barzinho, seu terceiro bar. Em parceria com Rodrigo Penna, do Bailinho, recebe com drinques clássicos repaginados, que atendem por nomes divertidos como o tempo cura (rum envelhecido, caldo de cana, abacaxi e limão-siciliano); gemidos (vodca, caju fresco, limão tahiti e limão-siciliano); alívio (cachaça, tangerina, maracujá e cointreau); ombro (rum, manga, sal, açúcar e alecrim); e conchinha (vodca, tangerina, uva e pimenta), todos com preços entre R$ 18 e R$ 20.

Mas o Bar do Copa é o grande campeão da rodada. Literalmente. O mixólogo Paulo Freitas levou a melhor no Campeonato Diageo World Class com o drinque choke me softly; e Rafael Pizanti foi o top do Havana Club Cocktail Grand Prix 2012, com uma receita que combina rum, morangos, limão, suco de cranberry, creole bitter e muito balanço na coqueteleira. Tim-tim!

0 comentários:

Postar um comentário

 

Pés Sujos e Limpos Copyright © 2012