terça-feira, 30 de outubro de 2012

0 Investir na diversão dá certo


Circuito Niterói e seus investidores.

Eles poderiam estar aproveitando a noite, mas resolveram investir nela. Em troca, responsabilidade e maturidade chegaram mais cedo e fizeram deles empresários respeitados na cidade. Bruno Zambrotti, dono do restaurante Bendito; Peterson Medeiros, à frente do Bar do Meio; e os irmãos Leonardo e Vinícius Souza, que abriram dois bares junto com o amigo Mario Vilanova, o Bolicho e o Meu Boteco, compartilham a mesma opinião: para a noite funcionar, muito trabalho deve ser feito durante o dia.

Aos 30 anos, Bruno Zambrotti lembra bem o caminho que teve de percorrer quando abriu o Bendito, há sete anos.
— Quando abri a casa, eu tinha apenas 23 anos. Cometi alguns erros pela falta de conhecimento e experiência. Mas o amadurecimento veio com o tempo, principalmente quando entendi que passei a ser responsável pela vida de 40 funcionários e suas famílias — diz.
Para Bruno, Niterói tem um cenário favorável: a paixão do morador pela cidade.
— O povo daqui é muito fiel ao que é de Niterói. As pessoas abraçam os negócios da cidade mais do que em outros locais que já observei — conta.
O jovem, que está sempre procurando trazer novidades e promoções à casa, relembra uma história engraçada.
— Criei uma promoção no dia de jogos entre Brasil e Argentina: para cada gol argentino, o cliente ganha um chope de graça. O cartaz é o Maradona com a blusa do Brasil. No último jogo, em junho, havia uma argentina no bar. Ao ver a promoção, ela ficou revoltada, brigou conosco e foi embora batendo a porta. Ainda atravessa a rua quando passa por aqui. E, para completar, a Argentina ganhou o jogo por 4 x 3. Perdi uma cliente e ainda paguei quatro rodadas de chope para todo mundo — conta ele, rindo. 

Nos bastidores dos grandes shows

Peterson Medeiros, de 35 anos, não esquece o quanto foi difícil começar a carreira. As primeiras grandes micaretas chegaram em Niterói em 1998, por intermédio do promoter, que, há dois anos, foi chamado para organizar os shows no Bar do Meio.
— Tentei fazer duas faculdades, mas tive que trancar, pois trabalhava toda madrugada. Sempre soube o que eu queria. Minhas aulas de fisioterapia eram às 8h20m, mas eu chegava na faculdade às 7h para panfletar. Hoje, é gratificante receber nos shows aqueles que zombavam do “fisioterapeuta panfleteiro”. O que posso dizer é para as pessoas nunca desistirem dos seus sonhos, pois, no final, eles só dependem da gente.

Peterson é um profissional dinâmico, que não consegue ficar preso a um trabalho. Por isso, está abrindo, em novembro, o Crepe Delícia, numa área nova de São Francisco.
— É um investimento bastante arrojado e que será feito numa região que, se tudo der certo, vai virar o Baixo São Francisco. Exibiremos jogos de futebol para o público degustar os crepes enquanto toma chopes. O local ficará aberto de segunda a segunda, das 16h até o último cliente — adianta Peterson.

Novas opções em Santa Rosa

Os irmãos Leonardo e Vinicius Souza, de 29 e 33 anos respectivamente, e o amigo Mario Vilanova, de 27, perceberam que Santa Rosa não oferecia muitas opções para os frequentadores de bares e decidiram investir na região. Eles contam que o estímulo foi o fato de a região ficar um pouco distante dos bairros boêmios, como São Francisco e Jardim Icaraí, além da implantação da Lei Seca, que fez as pessoas não quererem tirar o carro da garagem. Inauguraram, então, no ano passado, o Meu Boteco e, em maio deste ano, o Bolicho.
— O retorno tem sido bem legal, até acima do esperado. O público já está se tornando fiel e tem vindo prestigiar o bar, principalmente em dias de jogos de futebol — relata o rapaz, que é aluno do curso de Relações Internacionais, mas pretende continuar no ramo empresarial.
Leonardo considera o contato com o público o maior prazer do seu lado empreendedor. Ele sempre gostou da noite, frequentava bares e, assim, conheceu muita gente. Agora no ramo, ampliou ainda mais o número de amigos, o que também acaba sendo uma via de mão dupla.
– O fato de estar sempre na noite ajuda, porque as pessoas acabam sabendo que o bar é seu e vêm prestigiar. É onde entra a parte do profissionalismo. Procuramos fazer com que elas gostem, para voltar — conta o empresário, que pretende ampliar seus negócios.

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