Lapa está com um novo ponto de boêmia, o Barzinho, bar do chef e empresário Fabio Battistella e do ator e DJ Rodrigo Penna. A casa fica na Rua do Lavradio 170.
Paulistano, Fabio confessa que nunca foi muito de frequentar a Lapa. No máximo o Circo Voador. Para montar seu mais novo empreendimento — que, somado aos bares Meza e Doiz e ao albergue Oztel, já são quatro —, Fabio fez uma pesquisa profunda nos restaurantes da região. Descobriu que tudo leva muito catupiry. E provolone é o que há.
— Não sei se eu encontro um lugar na área para comer um risotinho. Ou tomar um dry martíni — diz. — Mas nós viemos para somar, não para competir.
Ao lado da chef Fernanda Fartes, com quem trabalha há mais de dois anos, ele desenvolveu um menu com uma releitura de clássicos da Lapa. Frango à passarinho, escondidinho, pastéis, enfim, uma seção só de petiscos — fritos, basicamente. O frango à passarinho vem servido, inclusive, sobre um papel toalha. Tem até carne na chapa.
— Sempre critiquei aquela carne fritando na sua cara. Achava o fim. Mas aqui tem que ter. Eu não posso chegar na Lapa e pirar, tenho que ter o paladar comum, só que bem feito, e ir introduzindo as novidades com calma — explica Fabio.
O que significa que a chapa vai ser de maminha com manteiga de garrafa e batatas assadas com alecrim. O croquete, de mortadela. O camarão vem à doré e a lula, ao alho e óleo.O escondidinho leva cebola caramelizada, batata baroa e carne-assada. Os clássicos do bairro, versão nariz empinado.
Fabio almoça cada dia em um lugar diferente. Semana passada comeu o cabrito do Nova Capela ("muito pesado, não dá"), depois, o salsichão do Bar Brasil. E por aí vai.
— O problema é que na Lapa os banheiros são imundos, as casas não têm infraestrutura. Com a Copa e as Olimpíadas vindo aí... É aquela história do samba, suor e cerveja. No Barzinho não vai ter suor, não, o ar-condicionado vai bombar — garante. — E o nosso som? Não tem essa de acústica ruim.
Nas mesas, colagens de fotos de desconhecidos — uma família passando férias em Araruama, o aniversário de um aninho da menina Lucinda, a formatura no Colégio Militar.... Na falta de assunto com os amigos, dá para inventar altos enredos olhando para aqueles personagens. As paredes também têm colagens, feitas pelo grupo (grupo, não, "coletivo") de Rodrigo Penna, o Contrate-me Leão. Palquinho para pequenos shows, luzes piscantes, lustres néon, bonecos do Mickey e do Super-Homem em altares iluminados...
— Abrir um bar em Botafogo seria fácil. A Lapa é difícil. Sou bom de conceito, só que aqui é popular. A ideia é que o bar cresça e se espalhe. O Meza era um sonho, o Barzinho é business — conclui.
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